Nesta terça-feira (30), o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, participou do programa Jornal da Manhã, da Jovem Pan Curitiba, onde falou sobre o cenário da covid-19 no Estado e explicou como as medidas restritivas impostas pelo Governo têm impactado no número de transmissões e casos da doença.
Ratinho Junior frisou ainda que o Paraná enfrenta um vírus diferente do que no início da pandemia com a chegada da cepa P1, a cepa Amazônica, que fez com que o Estado entrasse rapidamente em colapso no sistema de saúde público e privado.
“É importante as pessoas terem consciência que essa nova cepa, a chamada P1, que é a cepa do Amazonas, ela é outra doença, aquele covid que nós conhecemos o ano passado, ele não tem nada a ver com esse. Essa cepa é uma cepa muito mais voraz, muito mais perigosa, muito mais rápida na transmissão, os especialistas dizem que ela tem a força de transmitir quatro a seis vezes mais rápido do que a cepa do ano passado, então você tem que montar um novo planejamento, uma nova estratégia para atender a população”.
Ratinho Junior
O governador também destacou a mudança no perfil dos pacientes infectados e a necessidade de mais tempo de internamento, o que também contribuiu para que o número pacientes na fila de espera por leitos de enfermaria e também para leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aumentasse consideravelmente.
Ratinho Junior contou sobre como está a situação no Hospital do Rocio, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, o maior hospital da América do Sul, que recebeu 50 novos leitos nesta segunda-feira (29):
O comércio não é o grande problema, inclusive na minha avaliação, eu não vejo também que a pessoa entrou em uma loja e vai se infectar, o problema é as pessoas saírem de casa em um volume, em especial nos mesmos horários. Você fazer com que todo mundo saia, Curitiba e a Região Metropolitana, que comporta 25 cidades no entorno de Curitiba, e uma grande parcela dessas pessoas que moram na Região Metropolitana vem trabalhar em Curitiba, essas pessoas saem de casa no mesmo horário”.
“Então você não tem sistema público de transporte no mundo que suporte fazer um transporte com 40 pessoas, com 30 pessoas dentro do ônibus. O transporte público, na minha opinião, é o grande transmissor. Qual é a ideia: você tentar segurar as pessoas em casa para evitar o volume de pessoas na rua. Quanto menos pessoas essa pessoa conversar, muito provavelmente ela terá menos chances de ser infectada ou ela passar para outras pessoas“, descreveu o governador.
O governador afirmou que o lockdown é uma decisão triste e difícil, mas necessária, e que os impactos da medida às vezes demoram para serem percebidos. Ele ainda destacou que o Paraná foi um dos Estados que menos fez fechamento pesado no Brasil, mas que foi obrigado a intensificar as medidas diante do colapso.
Matérias:Jovem Pan- Reprodução