A demissão do procurador da República, Diogo Castor de Mattos, pelo Conselho Nacional do Ministério Público, provocou perplexidade de grupos e movimentos da sociedade civil organizada que apoiam o combate contínuo à corrupção. A punição é resultado de uma ação contra o procurador, que pagou do próprio bolso um outdoor em apoio a Operação Lava Jato, maior ação de combate à corrupção na história do Brasil.
“Hoje, com muita indignação recebemos a notícia de que o CNMP, numa votação de 6 a 5, optou pela punião mais vil e radical, qual seja, a perda do cargo de Procurador da República, do Dr. Diogo Castor de Matos, um dos ícones da Força Tarefa da Lava Jato”, diz trecho de carta pública dos movimentos Curitiba Contra Corrupção, Mulheres com Moro, Renovação BR, Associação Mais Brasil, Paralelo Brasília, Somos Muda Brasil e Direita Digital.
“É missão dos advogados e juristas do Brasil zelar pelos valores da Constituição da República de 1988, e, principalmente, denunciar e combater injustiças, excessos e erros cometidos que atentem contra os preceitos democráticos ou contra as instituições brasileiras e seus membros no regular exercício de suas funções”, ressalta manifesto do Cidadão Democrático de Direito (CDD), Instituto Democracia e Liberdade (IDL), Brasil Consciente e dos movimentos Patriotas do Brasil e Advogados com Sergio Moro.
De acordo com as instituições, a demissão ocorreu às “vésperas da votação da absurda PEC5”, onde o CNMP decidiu enfraquecer ainda mais o MPF recomendado a demissão de procurador federal.
“Tal decisão, em apertada maioria, soma-se a uma série de atentados e ataques promovidos contra a maior operação contra a corrupção do Brasil”, ressaltam os manifestos.
De acordo com os movimentos, a punição é desproporcional pois as lideranças que tanto o CNMP quanto o CNJ, por mais de uma oportunidade, não decidiram pela demissão de magistrados e procuradores que até mesmo mataram pessoas e se que se apropriaram de recursos públicos, o que não ocorreu no caso.