Últimas ações desastrosas encampadas pelo presidente e aliados tem conspirado a favor do ex-juiz da Lava Jato
Os últimos dias tem sido de antagonismo extremo para o ex-juiz federal Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro, ambos sem partido. Moro foi ao céu ao derrotar manobras exdrúxulas e de fogo amigo, enquanto Bolsonaro chegou ao inferno organizando manifestações antidemocráticas, com viés claro de salvar seus filhos, alvos do inquérito das Fake News.
A Câmara aprovou texto-base do novo Código Eleitoral enterrando a cláusula criada por parlamentares do Centrão, neoaliados do presidente, para impedir a candidatura do ex-juiz da Lava Jato. Com isto, Moro está livre para concorrer. No Rio Grande do Norte procuradores tentaram uma ação contra ele, por supostos erros na condução da operação, contudo, o pedido foi rechaçado.
Na outra ponta, Bolsonaro se meteu a liderar manifestações no intuito de derrubar os ministros Alexandre Moraes e Luiz Roberto Barroso (STF e TSE). O presidente teve seu dia de Napoleão, no 7 de setembro, mas caiu em desgraça quando a cortina se abriu revelando seu verdadeiro objetivo: livrar os filhos da força da Justiça que investiga a indústria de fake news no país.
Para recuperar o Brasil
A sonhada candidatura de Sergio Moro é a única alternativa que pode recuperar a imagem e Marca Brasil, projetam apoiadores em todas as regiões do país. Eles lembram que Bolsonaro se elegeu, em 2018, com a bandeira do combate à corrupção, tarefa até então levada a cabo pelo ex-juiz que conduzia a operação Lava Jato.
Sergio Moro aceitou convite para ser ministro da Justiça, cargo do qual se afastou ao perceber que o combate à corrupção não era prioridade do atual presidente. Mesmo distante do debate político e eleitoral, o ex-juiz foi um dos primeiros a se posicionar para dissipar a cortina de fumaça dos problemas reais da nação em sua rede social, e concretizada com a presença do ex-presidente Temer.
“Todos temos o direito de protestar, mas a defesa da liberdade deve reforçar a verdade e a democracia, não diminuí-las. O povo brasileiro quer paz e segurança, sem falsos conflitos”, afirmam apoiadores. Estas lideranças temem o fisiologismo de partidos que são oferecidos ao ex-juiz, a exemplo do Podemos, e sugerem conversas e convites de outras legendas “mais confiáveis”.
Nome mais viável
No cenário brasileiro atual, a candidatura de Sergio Moro se mostra ainda mais viável, não apenas pela maturidade democrática dele, mas também por que após os episódios da semana, as opções extremas (Lula e Bolsonaro) acumulam ainda mais rejeição. Estes apoiadores aguardam com ansiedade a decisão do ex-juiz pela candidatura em outubro ou, na pior das hipóteses, em novembro.
Um bom ponto de partida, avaliam os Movimentos Cidadão Democrático de Direito, Médicos com Sergio Moro e Brasil Consciente, será as manifestações do próximo domingo (12 de setembro), em defesa da democracia. O ex-juiz, comemoram eles, tem se manifestado, veladamente, nas redes sociais, em apoio aos atos a partir das 14h nos principais centros do país.