O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (9/4). Em declaração feita a apoiadores no Palácio da Alvorada, ele disse que o ministro Luís Roberto Barroso não tem “coragem moral” e é “defensor de terrorista”.
A afirmação ocorre um dia depois de Barroso ordenar que o Senado instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar omissões do governo federal no enfrentamento da epidemia do novo coronavírus.
“A CPI não é para apurar desvios de recursos de governadores. É para apurar, segundo está na ementa, omissões do governo federal. Ou seja, uma jogadinha casada [entre] Barroso [e] bancada de esquerda no Senado para desgastar o governo”, disse o presidente.
“Tem processo de impeachment contra ministros do STF, não tem? Quero ver se o Barroso vai ter coragem moral de mandar instalar esse processo de impeachment também. Pelo que me parece, falta coragem moral para o Barroso e sobra ativismo judicial. Não é disso que o Brasil precisa, vivendo um momento crítico da pandemia. Pessoas morrem e o ministro do Supremo Tribunal Federal faz politicalha junto ao Senado Federal”, prosseguiu Bolsonaro.
Desde que começou a ser mais pressionado a respeito de sua gestão da epidemia, Bolsonaro passou a criticar governadores, prefeitos, a imprensa e o Supremo Tribunal Federal, principalmente pela decisão que reconheceu que estados e municípios têm tanta autonomia quanto a União, cada um em seu campo de atuação, para adotar políticas de combate ao coronavírus. Bolsonaro tem deturpado essa decisão para dizer que o STF o proibiu de agir nacionalmente.
“Barroso, nós conhecemos o seu passado, a sua vida, o que você sempre defendeu. Como chegou ao STF, inclusive defendendo o terrorista Cesare Battisti. Então, use sua caneta para boas ações em defesa da vida e do povo brasileiro, não para fazer politicalha dentro do Senado Federal. Se tiver moral, um pingo de moral, manda abrir o processo de impeachment contra alguns de seus companheiros do Supremo Tribunal Federal”, concluiu Bolsonaro.